Pegadas na areia, dissolvendo-se com a maré.
Amar é como as ondas, eternas. Amar é perdoar.
Do ar, a brisa traz as lembranças de um velho navio.
Na violência da tempestade, o barco ruiu e afundou-se.
Doou-se ao esquecimento, sem rastros, sorrateiramente.
A mente ainda flutuava pelos oceanos.
Anos se foram; vidas se passaram.
Saram as feridas, mas por fora.
Fora assim que sucedeu.
Cedeu ao pôr do Sol
do solitário céu.
O céu apagou a luz, a maré preenchendo os ex-passos deixados para trás.
Atrás do véu, a lua comandava o baile das águas.
A maré.
Amarelo o Sol, ressurgindo no horizonte, sobre as ondas do mar.
Amar é.