Nós passamos a vida toda procurando o tempo,
mas fugimos quando o tempo nos encontra.
E então o passado fica mais próximo,
mas o futuro fica mais distante.
Nós não podemos fugir.
Os ponteiros do relógio correm,
mas o tempo não precisa ter pressa.
Ele está sempre lá, desde o início até o fim,
como uma ampulheta deitada no horizonte do mar.
O comprimento da estrada,
a altura dos nossos sonhos,
a profundidade dos sentimentos,
nenhuma das três dimensões se sustenta sem a quarta.
Mas o tempo também não se sustenta sozinho.
A areia da ampulheta só consegue cair através do vidro.
E no momento em que o vidro se quebrar
E as areias se espalharem pela praia
E as ondas invadirem o litoral
Quais pegadas restarão?
As guerras ou a união?
O ódio ou a compaixão?
As ofensas ou o perdão?
Além das quatro dimensões
Da nossa limitada percepção
Onde areia e vidro são um só
E as águas refletem a luz do Sol
Estrada Zero
domingo, 23 de fevereiro de 2014
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
Ex-passos
Pegadas na areia, dissolvendo-se com a maré.
Amar é como as ondas, eternas. Amar é perdoar.
Do ar, a brisa traz as lembranças de um velho navio.
Na violência da tempestade, o barco ruiu e afundou-se.
Doou-se ao esquecimento, sem rastros, sorrateiramente.
A mente ainda flutuava pelos oceanos.
Anos se foram; vidas se passaram.
Saram as feridas, mas por fora.
Fora assim que sucedeu.
Cedeu ao pôr do Sol
do solitário céu.
O céu apagou a luz, a maré preenchendo os ex-passos deixados para trás.
Atrás do véu, a lua comandava o baile das águas.
A maré.
Amarelo o Sol, ressurgindo no horizonte, sobre as ondas do mar.
Amar é.
Amar é como as ondas, eternas. Amar é perdoar.
Do ar, a brisa traz as lembranças de um velho navio.
Na violência da tempestade, o barco ruiu e afundou-se.
Doou-se ao esquecimento, sem rastros, sorrateiramente.
A mente ainda flutuava pelos oceanos.
Anos se foram; vidas se passaram.
Saram as feridas, mas por fora.
Fora assim que sucedeu.
Cedeu ao pôr do Sol
do solitário céu.
O céu apagou a luz, a maré preenchendo os ex-passos deixados para trás.
Atrás do véu, a lua comandava o baile das águas.
A maré.
Amarelo o Sol, ressurgindo no horizonte, sobre as ondas do mar.
Amar é.
sábado, 8 de setembro de 2012
Evaporação
Nem todas as estradas são percorridas com passos.
Nem todas se estendem pelo chão. Algumas percorrem todo o céu.
Não posso ver onde terminam. Nem sequer posso caminhar por elas.
Mas uma lágrima toca o chão deserto e a água, ao se despedir do sal, evapora rumo ao céu para finalmente se juntar à dança das nuvens que, um dia, à mesma terra voltarão.
No exato momento em que os caminhos se cruzam,
poderia alguém dizer que são diferentes?
Nem todas se estendem pelo chão. Algumas percorrem todo o céu.
Não posso ver onde terminam. Nem sequer posso caminhar por elas.
Mas uma lágrima toca o chão deserto e a água, ao se despedir do sal, evapora rumo ao céu para finalmente se juntar à dança das nuvens que, um dia, à mesma terra voltarão.
No exato momento em que os caminhos se cruzam,
poderia alguém dizer que são diferentes?
sábado, 4 de agosto de 2012
Estrada Zero
Pensei ter voltado à estaca zero, mas não a encontrei.
Encontrei apenas a estrada.
Encontrei apenas a estrada.
A mesma estrada de sempre. A estrada que, apesar de meus desvios, continuou em seu caminho, apenas esperando que eu voltasse a percorrê-la.
De volta à estrada zero.
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