domingo, 23 de fevereiro de 2014

Eternidade

Nós passamos a vida toda procurando o tempo,
mas fugimos quando o tempo nos encontra.
E então o passado fica mais próximo,
mas o futuro fica mais distante.
Nós não podemos fugir.
Os ponteiros do relógio correm,
mas o tempo não precisa ter pressa.
Ele está sempre lá, desde o início até o fim,
como uma ampulheta deitada no horizonte do mar.

O comprimento da estrada,
a altura dos nossos sonhos,
a profundidade dos sentimentos,
nenhuma das três dimensões se sustenta sem a quarta.

Mas o tempo também não se sustenta sozinho.
A areia da ampulheta só consegue cair através do vidro.


E no momento em que o vidro se quebrar
E as areias se espalharem pela praia
E as ondas invadirem o litoral
Quais pegadas restarão?

As guerras ou a união?
O ódio ou a compaixão?
As ofensas ou o perdão?


Além das quatro dimensões
Da nossa limitada percepção
Onde areia e vidro são um só

E as águas refletem a luz do Sol



Nenhum comentário:

Postar um comentário